quinta-feira, 1 de maio de 2014

Revolução Azeda IV

Que Seja a Mudança que a Elite Global Quer

Parte 4 de 6
Por Gearóid Ó Colmáin / 3 de agosto de 2013

Em 2006 um outro projeto de 'democracia’ fez sua estréia em todo o mundo. A organização é chamada Aavaz. Segundo seu website:

Vaza em Madrid, 2012, alguma coisa a ver com o Ficha Limpa?
“A Avaaz – que significa "voz" em vários idiomas da Europa, Oriente Médio e Ásia – lançada em 2007 com uma simples missão democrática: organizar os cidadãos de todas as nações, para fechar o fosso entre o mundo que existe hoje e o mundo que a maioria das pessoas quer em toda parte.

A Avaaz permite que milhões de pessoas de todos os quadrantes da vida tomem medidas urgentes a nível mundial, regional e nacional, desde contra corrupção e pobreza até contra conflitos e alterações climáticas. Nosso modelo de organização na internet permite que milhares de esforços individuais, ainda que pequenos, sejam rapidamente combinados em uma poderosa força colectiva.”
AVAAZ, ¿a quién “vaz” a engañar? Con Avaaz estaríamos, sencillamente,
ante lo que Michel Chossudovsky llama “fabricando disidencia”: para
evitar que surja una disidencia de verdad, lo que hace el Sistema es
inventarse una de falsa hacia la que canalizar los genuinos impulsos
de cambio y renovación. Es el típico disfraz del Poder para autoalimentarse. 

Que durará sólo mientras Dios lo consienta.
http://liberacionahora.wordpress.com/2012/10/02/avaaz-a-quien-vaz-a-enganar/
Segundo o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, "a Avaaz tem impulsionado o idealismo do mundo", enquanto o ex-candidato presidencial Al Gore diz que "a Avaaz é inspiradora. Já tem feito uma diferença significativa".
Organizações associadas da Avaaz incluem Move On.org e Res Publica, grupos que também estão envolvidos nos protestos do Brasil.

A Avaaz goza de uma adesão global de 20 milhões de membros em todo o mundo e foi uma das muitas organizações de ‘direitos humanos’ que incentivaram o bombardeio da Líbia em 2011 e, atualmente, faz tudo o que está ao seu alcance para promover a propaganda pro-NATO contra a Síria.
A Avaaz e sua organização irmã ‘change.org’ é uma das organizações chaves por trás dos protestos no Brasil.


Ricken Patel, o diretor da Avaaz, revelou alguns dos objectivos e atividades do movimento para o jornal Guardian em Março de 2013, onde ele enfatizou a importância do papel da “classe média mais educada” em países pobres, como vanguarda da “revolução”:
“Muitas vezes tem sido os estudantes universitários mais educados de classe média em lugares como as Filipinas e a Indonésia que tem conduzido revoluções. Mas essas revoluções, em seguida, tem dado poderes a milhões de pessoas a mais através da educação e do desenvolvimento. Então, eu acho que é um ciclo virtuoso que precisamos desenvolver. Eu acho que a comunidade em desenvolvimento tem muito foco em capacitar os mais marginalizados nas sociedades, trazendo-os para o seio da sociedade, da economia e da política. Penso também que por vezes o foco falha quanto às pessoas que não são as mais marginalizadas, as quais podem ser estudantes universitários, que tem vindo da pobreza e são agora capazes de utilizar a internet. Frequentemente, essas comunidades têm o maior poder agora para efeito de mudança política no seu país. Eu vejo relativamente pouco foco nessas pessoas e acho que elas são as que têm mais possibilidades de causar mudanças. As mulheres de meia-idade da classe média, muitas vezes são as tropas de choque dos nossos movimentos de mudança social. É o que muitos dos dados demográficos nos dizem sobre a construção dos movimento de mudança. É o caso de mamãe salva o mundo.”
Aqui convém esclarecer o significado de algumas das referências contidas na citação supramencionada. O ativista se refere às Filipinas e à Indonésia. Ambos os países foram governados por ditaduras fascistas treinada pelos Estados Unidos até muito recentemente; a Indonésia sofreu um holocausto sob o governo do ditador General Suharto apoiado pelos USA até o fim de 1997, enquanto as Filipinas sofreram sob o jugo da ditadura fascista de Marcos até 1984, também apoiada pelos USA.

O general sorriso
O governo dos Estados Unidos lançou a Fundação Nacional para a Democracia (Nation Endowment for Democracy, NED) em 1983 durante a administração Reagan, a fim de encontrar uma estratégia para neutralizar opinião pública em todo o mundo, a qual, apesar das despesas de milhares de milhões de dólares em propaganda pró-EUA, foi muito negativa sobre o papel do governo dos EUA no mundo.

Ferdinand Marcos
O fato de os Estados Unidos declararem estar apoiando a ‘democracia’ e os ‘direitos humanos’ enquanto que abertamente apoiando ditaduras fascistas e contra revoluções em todo o Hemisfério Sul foi um grande embaraço para Washington. O objetivo da Dotação Nacional para a Democracia foi, por conseguinte, criar as condições necessárias nas ditaduras apoiadas, de modo que a transição do governo militar para o civil pudesse ser realizada, sem alterar a ordem econômica neo-colonial, garantindo assim que os interesses corporativos dos Estados Unidos continuassem a ser atendidos independentemente de quem fosse eleito. A organização Avaaz serve a um papel semelhante. O objetivo é manipular a verdadeira vontade do povo a fim de mudá-la em direção aos interesses da classe dominante.
A classe dominante com classe
William Blum escreve:

“Sua raison d'être é fazer de alguma forma abertamente o que a CIA tem feito secretamente durante décadas – a manipulação do processo político de um país-alvo, pelo financiamento dos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores, editoras de livros e jornais etc. – e, portanto, esperando eliminar o estigma associado às atividades secretas da CIA.”
Allen Weinstein, um dos fundadores do NED, disse em 1991 “muito do que nós fazemos hoje foi feito secretamente há 25 anos pela CIA”.  (Blum, Killing Hope, página 303)
A Dotação Nacional para a Democracia ajudou a financiar o movimento de ‘oposição’ a favor da junta apoiada pelos Estados Unidos na Argentina, Pinochet no Chile, Suharto na Indonésia e Marcos nas Filipinas, assim alterando a aparência e a imagem da ditadura capitalista nesses países, sem ameaçar os interesses das corporações e de quem as ampara.
Os movimentos acima referidos, não fizeram nada para alterar as condições econômicas do povo da Indonésia e das Filipinas. Em vez disso, eles simplesmente envolveram a tirania neo-liberal com uma capa de legitimidade.

Pinochet, Chile
Em sua entrevista com o Guardian a Avaaz também fala sobre a importância da mídia independente. Ele refere-se ao problema quando ‘um único homem’ como Rupert Murdoch controla a mídia. Esta ênfase em ‘um homem’ ou ‘abaixo o ditador’, é um exemplo típico do disparate simplista promovido por esses ativistas. O problema com a mídia não é que ela seja controlada por ‘um homem’, antes o problema é que ele serve aos interesses corporativos.

É muito mais do que um problema de um só homem; é todo um sistema corporativo. O financiamento da mídia pseudo-esquerdista a fim de misturar-se com a dissidência também é susceptível de aumentar nos próximos anos, devido ao declínio da credibilidade da mídia tradicional.
A Avaaz a serviço da NSA?
Patel disse ao Al Jazeera em agosto de 2010 que a sua organização havia trabalhado no Brasil desde 2008, juntamente com muitas organizações de ‘sociedade civil’. Na entrevista, uma pergunta foi colocada a Patel, se a nova legislação anti-corrupção que a Avaaz ajudou a implementar não foi longe demais ao barrar todos os candidatos para a eleição que são ‘acusados’ de corrupção. Ele não tinha uma resposta clara para a questão. Patel então falou:

NSA National Security Agency
“O que é incrível é que o poder judiciário aproveitou-se e tomou uma posição extremamente favorável, muito agressiva mesmo ao interpretar esta lei. É dito que ela se aplica às próximas eleições e também é dito que aplica-se retroativamente a crimes cometidos no passado e ainda mostra que, apesar de nenhum tribunal estar acima da política, o poder judiciário no Brasil está do lado certo da coisa.”
Patel não parece estar consciente do fato de que o Supremo Tribunal Federal do Brasil permitiu ao ex-governador de São Paulo durante a ditadura de Paulo Maluf candidatar-se à Câmara Brasileira dos Deputados em 2010, apesar do fato da longa história de corrupção de Maluf  de tal modo que o seu próprio nome foi transformado em um verbo no Português do Brasil: “malufar” significa “roubar dinheiro público”.  Maluf também é procurado pela Interpol por lavagem de dinheiro.
Paulo Maluf é um aliado do atual prefeito de São Paulo Geraldo Alcmin. Seu comentários recentes onde ele elogiou Dilma Rousseff, o maioral do PT de São Paulo Fernando Haddad, e o Ministro da Saúde Alexandre Padilha, foram provavelmente uma tentativa de desacreditar o governo e ofuscá-lo por associação.

Malufando...
Isso parece ter sido bem-sucedido, a julgar pelas subsequentes e insessantes conversações nas contas do twitter brasileiro.

Ao permitir que criminosos como Maluf participem da política, o poder judiciário do Brasil está longe de ser o ‘lado certo’ da política como Patel alega, é, sim, bem mais do lado da direita política.
O escândalo do Mensalão
Muitos dos manifestantes que tomaram as ruas em junho portavam faixas, tais como “a corrupção começa com o PT”.  Eles estão sem dúvida referindo-se ao ‘escândalo do Mensalão’ – um escândalo sobre um subsídio mensal que eclodiu em 2005. O Partido dos Trabalhadores foi acusado de compra de votos de seus parceiros de coligação, a fim de aprovar legislação em matéria de segurança social e salário mínimo. No entanto, o PT alega que os pagamentos efetuados à coalizão de parceiros relacionava-se a dívidas da campanha eleitoral de 2002 e não tinha absolutamente nada a ver com a legislação e, portanto, foi perfeitamente legal.

Registros bancários mostram que não há correlação entre a retirada de fundos do partido do congresso e as sessões em que a legislação foi aprovada. Muitas das declarações de testemunhas já desmentiram a acusação original contra o PT. Ainda mais preocupante, no entanto, é a aparente violação da constituição do Brasil de 1988, que consagra o princípio do ‘in dubio pro re, que é o mesmo que dizer que, na ausência de provas, o acusado é presumido inocente.

O ex-guerrilheiro marxista e ex-chefe-de-gabinete no governo Lula, José Dirceu, foi condenado em outubro de 2012 por seu alegado papel no escândalo. No entanto, Dirceu publicou uma carta em novembro de 2012 em que ele proclama sua inocência com veemência.

José Dirceu
Muitos esquerdistas no Brasil vêem a judicialização da política como uma tentativa de criminalizar os partidos de esquerda e reforçar a credibilidade do partidos de direita que representam a tradicional oligarquia.
A manipulação do sistema judicial tem sido uma característica da estratégia norte-americana de mudança de regime na América Latina. Por exemplo, o presidente Manuel Zelaya de Honduras, foi deposto em 2008, devido a exageradas acusações de ter violado a Constituição. A Freedom House, outra ONG do governo dos EUA que visa mudança de regime governamental, alegou que a decisão do governo venezuelano em 2012 para demorar na tomada de posse do Presidente Hugo Chávez foi ‘inconstitucional’.

Hugo Chávez
Patel vangloriou-se sobre a forma como o seu grupo contribuiu para derrubar uma lei na Itália que estava prestes a ser aprovada que proíbia a intercepção ou grampeamento dos políticos. Impedir que leis em países soberanos pertencentes à segurança nacional daqueles países sejam aprovadas, este é o tipo de trabalho promovido pela Avaaz.
O atual Ministro da Defesa brasileiro Celso Amorim admitiu que seu telefone foi grampeado pelo governo dos Estados Unidos. Ele salientou a necessidade de introduzir medidas de segurança cybernética no Brasil para retroagir nesse assunto.
Será que a Avaaz vai lançar outra campanha no Brasil para bloquear legislação que impeça a CIA de interceptar os funcionários da defesa? O ex-ministro da defesa brasileiro Nelson Jobim foi demitido em 2011 após os cabos da Wikileaks terem revelado que ele havia estado repassando informações à embaixada dos Estados Unidos sobre o tratamento de câncer do presidente boliviano Evo Morales no Brasil. Jobim foi dito ser ‘pró-EUA’ e proficiente no compartilhamento de inteligência.

Evo Morales
A judicialização da política brasileira permitirá que o Supremo Tribunal interfira mais nos processos de decisão do congresso eleito democraticamente. Como o poder judiciário no Brasil é tradicionalmente ala direita, a nova legislação irá permitir-lhe interferir mais e mais com o processo democrático. O juiz do Supremo Tribunal do Brasil, Luis Durão Barroso, admitiu abertamente que é contra a intervenção do estado em regular a economia.
Ainda há uma percepção de que alguma intervenção do Estado é indispensável para superar o subdesenvolvimento. Mas tenho tendência de pensar que, com todas as suas imperfeições, os mercados têm sido melhor do que a política ao longo dos anos, por isso, temos de resistir a essa tentação de regulamentar tudo.
No mesmo artigo, o autor refere-se a uma disputa entre o Congresso e o Poder Judiciário após o primeiro aprovar uma lei obrigando a igualdade de distribuição das receitas do petróleo do Estado do Rio de Janeiro para toda a federação do Brasil. A lei foi vetada por Dilma Rousseff. O Supremo Tribunal interveio para anular a lei. O lobby que agitou contra o direito do Congresso a obrigatoriedade da distribuição igual do óleo do Rio para toda a federação do Brasil também tem agitado no sentido de secessão (retirada) do Rio da federação brasileira. Interroga-se sobre se Dilma Rousseff está plenamente consciente que as instituições federais do Brasil estão sendo enfraquecidas por forças estrangeiras hostis ao estado-nação.
Rousseff foi elogiada pelos banqueiros de Wall Street por simpatizar com o manifestantes da Avaaz. Ela foi mais uma vez elogiada pelo sociólogo espanhól Castells que deu uma entrevista para o jornal das elites do Brasil, a Folha de São Paulo, em que ele pede a dissolução do congresso brasileiro.


Castells afirma que os políticos do Brasil deviam renunciar à política e criar empresas privadas com o dinheiro que ganharam com a política, a fim de ‘criar empregos’.  As taxas de aprovação da Folha de São Paulo têm subido desde que apoiou as ‘revoltas populares’.  Agora, eles estão apelando para o fim dos parlamentos nacionais e a inauguração da tecnocracia corporativa.
Os membros do Partido dos Trabalhadores em geral deveriam estar se perguntando de que lado Rousseff realmente está. Ela compreende o que está acontecendo? Por que razão ela vetou uma lei que exige a igualdade de distribuição de óleo entre todos os 26 estados, uma lei fundamental para o desenvolvimento nacional?

Em 2012, o diretor da Avaaz Ricken Patel recebeu o prêmio Commonwealth em nome de sua Majestade a Rainha de Inglaterra, por sua contribuição para a ‘justiça global’.

PEC 37: o projeto de lei que poderia ter salvo a república
Uma outra questão em andamento no movimento de protesto em junho referia-se a uma lei denominada PEC 37 (Proposta de Emenda Constitucional) levada perante o congresso pelo Deputado Federal Lourival Mendes que esclarecia a delimitação dos poderes do Ministério Público para investigar crimes. O Ministério Público é muitas vezes referido como o "Quarto Poder" da república.

De acordo com o artigo 129 da Constituição de 1988 no Brasil, o Ministério Público tem o poder de conduzir ações legais relativas ao ambiente, aos direitos indígenas e a outras questões sociais. Também é responsável por supervisionar as ações da polícia. Ele não pode, no entanto, proceder a investigações criminais, que são um assunto para a polícia judiciária. O projeto de lei foi realmente para esclarecer o papel do Ministério Público, porque ele estava cada vez mais ordenando investigações policiais sobre corrupção no governo em violação à constituição do país.

O projeto de lei PEC 37 teve o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil, da Adepol, da Associação Brasileira de Delegados, de policiais do Gabinete do Procurador-Geral da União, e de alguns dos principais juristas do país, como, por exemplo, Dr. Ives Gandra da Silva Martins.

Nãé bem o povo, é uma turminha ignorante com a boca no trombone
A grande imprensa e as hordas nas ruas se referiam à legislação como a ‘lei da impunidade’.  Nada poderia estar mais longe da verdade. O presidente da seção São Paulo da OAB diz que a PEC 37 foi uma medida extremamente importante para restabelecer o equilíbrio entre a defesa e a acusação. Segundo o advogado José Roberto Batochio, presidente da comissão para a proteção da constitucionalidade e investigações criminais, a PEC 37 foi formulada após o Conselho Nacional do Ministério Público aprovar a Resolução 13 capacitando-o a participar nas investigações policiais.

Segundo o conselheiro federal Luis Flávio D'urso: 

Olha o urso, Luis Flávio D'urso
Se estamos a conceder ao Ministério Público o poder de iniciar investigações criminais – o que deveria ser um assunto para a polícia judiciária – isso equivale a destruir um sistema que supostamente foi criado para controlar as ações do próprio estado.

Os advogados também declararam que a imprensa corporativa brasileira distorceu deliberadamente a opinião pública sobre a natureza da legislação PEC 37, e que a maior parte dos estudantes que protestavam contra a legislação não compreendem o direito penal. Eles também alertaram o público que o atual Procurador-geral da República Roberto Gurgel, encomendou milhares de dispositivos de escuta que podem ser usados contra cidadãos inocentes.

Palocci e Roberto Gurgel, por Amarildo
Antes da lei ser derrotada, Mendes proferiu um discurso apaixonado para o Congresso Nacional no dia 25 de junho defendendo a PEC 37 e os direitos do cidadão contra o arbítrio do poder pelo estado. A defesa da legalidade por Mendes se assemelha à do famoso social-democrata Leonel Brizola em 1961 durante a famosa Campanha da Legalidade que precedeu a tomada do poder por parte dos fascistas.

Esse controle é velho...
Mendes afirma que recebeu ameaças de morte antes dos votos sobre a lei serem expressos. Houve um grande número de assassinatos de políticos e juízes de alto nível no Brasil nos últimos anos. No dia 13 de janeiro três policiais militares foram condenados pelo assassinato da Juíza Patricia Acioli. Ela foi incansável nos processos das milícias ilegais e esquadrões da morte aterrorizando os pobres e traficando droga. Estas gangues funcionam como empresas militares privadas e o processo de privatização dos serviços públicos pode ter levado à sua proliferação.

Juíza Patricia Acioli
Em seu livro Counterspy, Pedro Gribben fornece uma descrição detalhada e horrível conta do papel da Agência Central de Inteligência e da Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional em matéria de formação e financiamento de esquadrões da morte e vigilantes urbanos durante a ditadura de 1964 a 1984. Têm essas conexões cessado?
Uma tentativa semelhante de subverter o sistema jurídico foi tentada pelo regime de direita de Nicolas Sarkozy em 2009.

O mais pro-presidente norte-americano presidente na história Francesa, Nicolas Sarkozy, tentou introduzir uma legislação que procurava permitir que o Ministério Público desse início a investigações criminais. Felizmente, para os cidadãos franceses, o movimento foi derrotado. De acordo com Laurence Mollaret, vice-presidente da União Francesa de Magistrados, a legislação proposta por Sarkozy foi uma tentativa de centralizar poder e encobrir a corrupção política.
Foi alegado que Sarkozy tem laços estreitos com a Agência Central de Inteligência e o Departamento de Estado dos EUA. Os juízes que foram contra a PEC 37, tais como Joaquim Barbosa e Roberto Gurgel também têm laços estreitos com os EUA. Barbosa foi um dos mais veementes opositores da PEC 37.

Joaquim Barbosa
Barbosa estudou nos Estados Unidos e na França. O sistema jurídico brasileiro é diferente do da França, em que o primeiro é um sistema código civil adversarial, enquanto que o último é um sistema de código civil inquisitorial. Os que se opõem à lei acreditavam que o Ministério Público deveria ter a mesma função que o juíz de investigação (investigative magistrate) na França. No entanto, juridicamente isto é impossível já que envolveria a mistura do adversarial com o inquisitorial e assim confundindo a separação dos poderes e prejudicando o funcionamento e estabilização do estado.
Não estamos tentando fazer afirmações não consubstanciadas aqui, mas apenas ressaltando que, dado o fato de que o Estados Unidos já não são uma democracia desde a suspensão do habeas corpus e a aprovação da Lei de Autoridade da Defesa Nacional (National Defense Authorization Act), é razoável supor que a interpretação de ‘estado de direito’ e ‘liberdades civis’ pelo governo dos Estados Unidos deve corresponder às leis de seu próprio país e vendo como os EUA tem descido à ilegalidade, é lógico que os agentes da tirania do império mais poderoso do mundo co-optam com os agentes de semelhante torpeza moral nos países que pretendem controlar.

3ª mais poderosa do mundo em agosto de 2012
Barbosa foi nomeado pela revista Time como um dos cem homens mais influentes do mundo e existem rumores de que ele pode apresentar a sua candidatura para a eleição presidencial 2014. O fato de que o referido caso do Mensalão direcionado ao PT, e que o inquérito judicial viola muitos dos princípios básicos do direito penal, tais como no dubio pro re, juntamente com o fato de que a campanha contra a corrupção está sendo direcionada contra partidos e ideologias de esquerda em geral, isso deve provocar uma pausa para nossa reflexão.

A separação de poderes é um elemento vital para o funcionamento da democracia. O fato de que o Congresso Nacional votou esmagadoramente contra a PEC37 sugere que o país a liderança do país está condinzente com a campanha de desestabilização liderada pelos EUA, travada nas ruas pelas ONG, tais como Avaaz.

Montesquieu
De fato, parece que eles não entendem o que está acontecendo. As consequências desta fraqueza podem significar o fim da democracia no Brasil. Perturbar o equilíbrio dos poderes na República Federal, permitindo que o ‘Quarto Poder’ representado pelo Ministério Público seja parte da tentativa é parte dos planos dos Estados Unidos para subverter a governança democrática no Brasil.
Aqui jaz PEC e a moralidade brasileira
A multidão de classe média com cérebro lavado nas ruas protestando contra a PEC 37 esteve inconscientemente dando poderes a uma instituição que procura destruir a constituição de 1988, reverter as liberdades cívicas à idade da pedra e estabelecer uma ditadura pró-EUA praticamente dita. Em outras palavras, os manifestantes inadvertidamente tem se manifestado a favor dos seus perseguidores e contra os seus aliados.

Produto das turbas anarquisas indignadas para o mundo
Como as turbas indignadas atacaram os prédios do parlamento com divagações delirantes sobre a corrupção, o homem comum defensor dos princípios democráticos da constituição que protege o cidadão contra a corrupção foi linchado pela mídia como um ‘mentiroso’ e uma ‘fraude’. Como Kipling escreveu "Se você pode ouvir a verdade que falou sendo distorcida por inescrupulosos a fim de torná-la uma armadilha para os tolos".
Visando os politicamente analfabetos
A ativista Avaaz acima mencionada refere-se às 'mães de meia-idade’. O leitor deve notar que as mães de meia idade foram alvo da manipulação do Brasil pela CIA durante os preparativos para o golpe de estado em 1964. Isso porque a ‘demografia’ nos estudos realizados no Brasil em 1964 e também hoje em dia, mais uma vez, mostra que esta é uma categoria de cidadãos que é facilmente manipulada pela propaganda emocional.
Corrupção existe em todas as sociedades. Campanhas que se concentram na corrupção são inúteis, a menos que elas se concentrem em questões específicas, em pessoas ou problemas. Uma das táticas usadas pelas organizações de mudança de regime patrocinadas pelo governo norte-americano é a de se concentrar em assuntos gerais ou abstratos. Por isso, o militante enche o peito e se jacta de suas atividades de protesto no Brasil.

Mães de meia-idade
Patel prossegue:

No Brasil, tivemos uma maravilhosamente bem-sucedida campanha chamada Ficha Limpa, que significa ‘registro impecável’. Era uma lei de registro impecável que barrava qualquer candidato com um histórico ou registro de corrupção ou violações de candidatar-se a trabalhar para o governo. E quando estávamos considerando apresentá-la, em primeiro lugar o presidente do Senado nos disse "que a lei nunca ia acontecer, porque trinta por cento do nosso congresso está sob investigação por este tipo de corrupção”. Então a colocamos on-line. Obtemos mais de dois e meio milhões de pessoas participando e cada vez que eles tentavam bloqueá-la, diluí-la, enquadrá-la num comitê, estávamos inundando seus escritórios com mensagens e chamadas telefônicas, e quando a mídia engajou-se, no final de meses e meses desse tipo de ataque a lei passou quase por unanimidade. O Le Monde a intitulou de revolução política. Milhares de candidatos foram barrados.

2010
Parece maravilhoso, não é? O ativista menciona o fato de que o diário francês Le Monde chamou-lhe de uma ‘revolução política’.  Não há nada que o Le Monde goste mais do que militantes pequenos burgueses de universidades ocidentais de classes altas organizando campanhas ‘anti-corrupção’ contra os organismos anti-corrupção dos Estados em desenvolvimento.

Le Monde Histoire vol. 10 - Brésil
Em 2011, quando a NATO bombardeou a Líbia tornando-a da Idade da Pedra, um dos primeiros alvos do bombardeio foi o bureau anti-corrupção da Líbia. O Le Monde publicou uma foto grande das ruínas bombardeadas no dia 18 de abril de 2011, onde um funcionário líbio preto podia ser visto recolhendo os escombros. O governo da Líbia tinha estado investigando exatamente as atividades dos homens que estavam organizando os esquadrões da morte racistas e apavorando a nação em nome de poderes estrangeiros e dos oligarcas, muitos dos quais haviam sido condenados pelo sistema de justiça líbio por corrupção.

O Sr. Patel e seus colaboradores deram o seu pleno apoio à campanha 'ativista' neo-nazista dos bombardeios que destruíram um dos paísis mais desenvolvidos da África, desencadeando um reinado de terror que agora ameaça engolfar todo o continente africano.

Ricken Patel da Avaaz
O Le Monde chamou a destruição neo-colonial da Líbia uma ‘revolução política’ também, e o jornal francês recentemente lamentou o que considerou ser o comportamento vergonhoso do governo brasileiro que se recusou a apoiar a unidade da NATO na agressão militar contra a Síria, devido à sua oposição ao neocolonialismo. No cálculo deformado da elite européia, anti-colonialismo, equivale a ‘corrupção’.

A Avaaz esteve pesadamente envolvida na guerra secreta da NATO contra o povo sírio, onde esteve envolvida em uma dita tentativa de resgate do jornalista irlandês Paul Conroy, que foi fotografado em 2011 mancomunado com o grupo líbio terrorista de luta islâmica (Libyan Islamic Fighting Group), suspeito do bombardeamento de Madrid em 2004, e do instalado ‘Governador de Trípoli’ em 2011, Abdelhakim Belhaj.

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